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Aposta da produtora de Mano Brown, Alt Niss quer ganhar espaço com o R&B

Kamille Viola

07/12/2018 13h30

Alt Niss lança em breve seu primeiro EP. Foto: divulgação

Integrante do coletivo Rimas & Melodias, Alt Niss se apresenta solo pela primeira no Rio vez hoje, no Circo Voador. A missão é de respeito: ela vai abrir o show de Mano Brown, em noite que ainda conta com o rapper fluminense Marechal. A cantora e compositora vem com a chancela de ser a primeira mulher contratada da Boogie Naipe, a produtora que cuida das carreiras de Brown e dos Racionais. Aos 29 anos, ela aposta em um gênero ainda pouco explorado no Brasil, o R&B, e se prepara para lançar seu primeiro EP, no início de 2019.

Nascida e criada na Vila Joaniza, na Zona Sul de São Paulo, ela canta desde criança e compõe desde a adolescência, mas só conseguiu se dedicar exclusivamente à música depois de se separar, em 2015 — ela tem dois filhos. "Envolveu questões pessoais, porque fiquei muito tempo parada por conta daquela coisa de casa e filho, mas também por achar que era o meu momento. Há alguns anos, eu não achava que tinha um espaço para mim, não conseguia entender onde poderia encaixar a minha música no cenário em que a gente estava. Quando entendi que eu poderia trazer algumas ideias que poderiam ser bem aceitas pelo público, e foi no mesmo momento em que eu me separei, vi que era a hora certa. E meu instinto estava certo, porque só tive coisas boas. Não que eu esteja bem assim (risos). Mas estou construindo coisas que estão crescendo, não estagnaram de lá para cá. Isso é um bom sinal", conta ela em entrevista ao Rio Adentro.

Você é a primeira mulher na produtora Boogie Naipe. Como você se sente abrindo esse caminho?

Eu já acompanhava o trabalho da Eliane (Dias, casada com Mano Brown, que dirige a produtora) há um tempo, e ela sempre demonstrou a vontade de botar uma mulher, e eu nunca ia imaginar que seria eu a primeira, num futuro que foi próximo. É bem louco, mas eu prefiro ficar com a mente tranquila, para conseguir trabalhar sem ficar pensando nisso como um peso. Muito pelo contrário: eu penso que é um privilégio e é um grande presente. Enfim, estamos trabalhando aí para conquistar vários espaços, coisas que são diferentes, né? Trabalhar com mulher eu acredito que é diferente, as sensibilidades são diferentes, os problemas também são outros. É um grande momento e a gente está aprendendo junto, até porque o meu trabalho ainda está se consolidando, diferente do trabalho dos Racionais e do Mano Brown. É tudo trabalho de formiguinha, a gente vai construindo uma coisa mais sólida. A gente está só no começo para solidificar essa parceria aí, que eu acredito que vai dar bons frutos.

Ainda mais que o disco solo do Brown ("Boogie Naipe", de 2016) se aproxima muito do R&B.

Sim, é algo que abriu um caminho legal aí, por ser uma coisa soul/funk, que também está próxima da coisa legal do R&B.

Ter sido contratada pela produtora está trazendo mais visibilidade para a sua carreira?

Está fazendo diferença, não tem como. Quando a gente fala de Eliane Dias, está falando de uma mulher muito forte.  Quando a gente fala do Mano Brown também. Pessoas que não conheciam meu trabalho se aproximam: 'Vamos ver aí quem é essa garota?' O  grande lance é aproveitar isso da melhor forma, sem deixar de ser eu mesma, a artista que eu sou, a pessoa que eu sou e tentar conquistar os ouvidos e os corações das pessoas da forma que eu sou.

Você vai fazer a abertura do show do Mano Brown. Como encara essa responsa?

Eu fiz abertura dos Racionais agora e já tinha feito em 2015 também, a gente fez Mano Brown com Rimas & Melodias… Enfim, é sempre uma experiência bacana. É um público um pouco diferente, mas sempre aberto para ver um pouquinho do que a gente tem para trazer. Já aconteceram algumas coisas e é sempre um prazer, é maravilhoso.

Você não faz rap, mas seu trabalho conversa com ele de alguma forma, e você já cantou com MCs (fazendo backing vocals ou "dobras"), o próprio do R&B não ter uma cena tão forte no Brasil acaba te levando para esse público. Como normalmente você é recebida no rap? Quem é seu público?

O R&B sempre foi mais próximo do rap, principalmente há alguns anos atrás, mas agora o leque se abriu um pouco mais. Na gringa, é muito forte agora o R&B alternativo, que mistura outras nuances aí, de indie, e acho que isso me abre algumas portas para alcançar outros públicos e outros cenários que são um pouco diferentes do rap, sem perder o público do rap, que foi o que me acolheu inicialmente, principalmente pelo Rimas & Melodias. Já tinha um público que me acompanhava antes, mas depois do Rimas foi muito maior. O grande lance é não perder nada desse público, mas alcançar coisas novas. Apesar de não termos consolidado uma cena forte de R&B aqui — mas estamos no caminho — eu acredito que tenho possibilidade de chegar em outros públicos também. Assim a gente vai conquistando um espacinho.

É sua primeira vez solo no Rio? Como é sua história com a cidade?

Estou bem ansiosa, bem feliz, bem empolgada. Com o Rimas, já nos apresentamos duas vezes no Circo Voador: uma vez fazendo a abertura da Céu e a outra com a Vanessa da Mata, que foi incrível também, no comecinho desse ano.

Você estava para lançar um EP, como anda isso?

A gente ia lançar agora no fim do ano, mas como o fim de ano foi tenso, com essa situação política e tal, que virou a cabeça de todo mundo, achei que de repente seria melhor esperar um pouquinho. Até para eu conseguir preparar um pouco melhor, e organizar direitinho o que eu quero. Tem muitas músicas, para você agrupar um conceito dentro de um EP é bem difícil, mesmo não tendo aquele compromisso de álbum, que a gente trabalha de uma forma diferente, eu preferi ter um pouco de tempo a mais para organizar o que eu quero que vá nesse EP. A gente optou por adiar, mas do primeiro semestre não passa. Eu penso que até março a gente está soltando esse EP.

O que você pode adiantar sobre ele?

Mesmo que eu faça R&B, eu gosto de misturar muitas coisas. Eu tenho mutia coisa parada. Conseguir juntar tudo isso num conceito, decidir qual a linha que eu vou seguir agora é bem difícil de conseguir. Eu tenho a preocupação de conseguir alcançar um pouquinho de cada pessoa que vem me acompanhando, eu tenho um público grande que vem do rap — apesar de eu não fazer rap, estou superenvolvida nele — tenho que pensar num público no qual eu quero chegar, que é mais alternativo também, o pessoal que gosta mais de R&B. Eu penso que vai vir um pouco de trap soul aí, é muito forte para mim, das músicas que eu lancei nessa linha foram as que mais me deram resultados, alguns desabafos aí, algumas mensagens de empoderamento pessoal, que é o que eu gosto de falar. Não sei, vai vir um pouquinho do que eu já fiz e talvez um pouquinho do que eu ainda não trouxe.

Tem parcerias?

No EP provavelmente não, provavelmente só com o Geenuino (o rapper Geenuino, o PAI), que é meu parceiro no Coletivo Anti $ocial Midia. Mas tem muitas coisas aí para vir, singles, com algumas parcerias massa, o ano que vem vai ser bem cheio.

Você compõe desde que idade?

Ah, faz muito tempo. Eu já cantava, desde os 9, 10 anos. Eu comecei escrevendo poesia, na minha adolescência eu escrevia muito, e daí surgiram as músicas. Então, sei lá, acho que com os meus 14 anos eu já componho.

Eu li que você era da Igreja Batista, foi lá que você começou a cantar?

Eu frequentava a igreja e eu tinha amigos em comum que também já faziam música e isso me ajudou bastante, porque encontrei ali minha tribo, que gostava das mesmas coisas que eu e que também construía, cantava e fazia, então isso foi muito bom para mim, mas eu era muito tímida na igreja, então eu fazia outras coisas lá e muitas nem sabiam que eu cantava. Eu tive um início mais fora. Com uns 16, 17 anos eu fiz algumas coisas fora, fui me envolvendo com alguns artistas de rap, alguns trabalhos de backing vocal por indicação de amigos que já sabiam que eu cantando… Mas a igreja trouxe uma influência muito grande pelo ambiente, pelos amigos que eu fiz e pelas coisas que eu vivia naquele lugar, que é muito musical, a Igreja Batista é muito musical. Não faço mais parte da igreja há muitos anos, mas fez parte da minha construção.

Você tem sambistas na família, mas acabou se apaixonando pelo R&B na adolescência. Como isso aconteceu?

Meu pai é sambista, compositor e instrumentistas. Só que meus pais se separaram quando eu tinha um ou dois anos. Então eu não tive essa coisa próxima com ele. De repente, se tivesse tido, eu teria uma relação mais próxima com o samba. É uma coisa que eu sinto no meu espírito, mas não faz parte da minha vivência. Eu tenho primos por parte de mãe que fazem samba (no grupo Pagode da 27), mas aquilo não era presente dentro da minha casa. Eu queria muito que eu tivesse sido mais próxima, eu amo samba, mas acabei seguindo meu caminho por conta própria. Mas eu sinto, sim, que a música é meio uma coisa que está no sangue, sabe (risos)? A gente sente?

Mas em casa tinha algo que te aproximava da música negra americana?

Os meus tios frequentavam bailes de melodia, de black music quando eu era criança, então essas músicas tocavam na minha casa o tempo todo, meus tios tinham discos, então eu cresci ouvindo um pouco disso. Na minha família por parte de mãe é todo mundo negro, periférico, então tinha muito essa cultura dos salões de baile, todo mundo nessa faixa etária participou um pouquinho dessa vivência aqui em São Paulo. Eu também sentia um pouco dessa energia e ouvia bastante em casa. Então isso despertou uma paixão em mim e me fez ir atrás de outras coisas que eu gostava. Então teve um pouco desse despertar dentro de casa, sim.

Era bem diferente de agora, que todo mundo tem internet, era outro processo.

Eram os lances dos discos, das festas. Eu era uma coisa mais física. Você tinha que ir para os bailes para ouvir as músicas. Era muito louco, né? Eu queria ter pego um pouco dessa fase, mas não foi da minha geração.

Mas eu digo: mesmo você, que está com 29, a internet surgiu já mais tarde…

Sim, eu peguei um pouquinho, eu fui ter internet eu já tinha quase 20 anos. Porque, além do lance de não ter chegado, para minha era atrasado duas vezes, porque eu sou de periferia, então para eu ter um computador demorou muito. Era caro, eu tive que começar a trabalhar, fui juntando uma grana e eu comprei meu primeiro computador usado, eu tinha 18 anos já. Antes disso o processo para mim era bem diferente, era CD — eu já era da geração do CD e comprava muitos, que eu tenho até hoje — e tive a fase de usar fita cassete também, então eu pegava os CDs e gravava os áudios das fitas com coletâneas de músicas que eu gostava. Então de certa forma também era bem físico, a gente tinha que trocar, emprestar, comprar. Na minha adolescência foi cem por cento assim. Quando chegou a internet foi incrível, aí eu baixei todas a discografias que eu não tinha acesso, as coisas que não chegavam no Brasil, até hoje não chegaram… Tinha muita coisa que vinha para a Galeria (do Rock), que lá os caras trazem muita coisa da gringa, que não tinha nas lojas convencionais de CDs, então às vezes a gente tinha que ir lá, até a galeria, para perguntar: 'Tem tal coisa?'. Já comprei muita coisa assim, mas a da internet foi bem legal também. Ter acesso a todas as coisas que eu não consegui comprar, não consegui emprestada. Mas foi uma fase muito boa, tenho saudades.

Acaba tendo a troca com os amigos, com as pessoas que curtem as mesmas coisas, que podem emprestar…

Isso que faz muita diferença, você ter uma tribo, como eu disse. Amigos que gostam das mesmas coisas que você, é muito bom.

Hoje a gente está vivendo um momento no mercado independente de música de muito destaques de mulheres, de mulheres negras em especial. Tem um geração grande de cantoras e compositoras, bastante mulheres se destacando, no próprio Rimas & Melodias são só mulheres. Como você vê esse momento das mulheres negras chegando e ocupando seu espaço como cantoras e compositoras?

Uma coisa que eu destacaria é que é um momento de muita autenticidade e liberdade para você ser do seu jeito. A gente tinha, há uns anos, mulheres que já se destacavam, porém tinha um recorte, um padrão a ser seguido. E agora é uma era em que a gente consegue ser acolhido da forma como a gente é. Eu sou um grande exemplo disso. Uns anos atrás, quando eu comecei a cantar e a compor, por mais que eu fosse o que eu gostasse de fazer e fosse o meu sonho, eu não imaginava um espaço. O que eu vou trazer? Como vou trazer? O que vai ser diferente? E hoje eu já sinto de uns anos para cá um espaço onde eu consiga trazer o que eu sou. Da forma que eu quiser, com as loucuras que eu quiser, cantando do jeito que eu canto, sem precisar imitar ninguém, ou um padrão, ou uma forma de ser. Assim como eu, outras mulheres. É uma fase de liberdade. E também está surgindo muita mulher fazendo coisa que antigamente a gente não via, operando mesa de som, técnica de estúdio, fazendo vídeo. Estamos conseguindo ter acesso, você tem aí muitos projetos de inclusão para as mulheres aprenderem mesmo, projetos de DJ, disso, daquilo, para criar um ciclo, a partir disso, para que surjam outras. Isso é muito importante, tem que ter mais. Eu acho que são as duas coisas que destacariam, a gente não vê mulher só no palco hoje, a gente vê em todos os lugares. Teve um festival que fizemos este ano, o Bananada, e nos deparamos com a mulherada em peso na parte técnica. E foi incrível. Tinha mulher na mesa de som, operando som, operando um monte de coisa, e nós  ficamos: "Caraca, que foda!". E era uma maioria ali na parte técnica. E eu acho que tem que ser normal. Tem que ser uma coisa que, daqui para a frente, a gente vá achar "ah, mano, taí, está acontecendo".

E estamos vivendo uma época de muito destaque para cantoras que são também compositoras, das mulheres estarem gravando suas próprias obras.

É a era do você faz tudo. Falta as mulheres tomarem um pouquinho para si, os homens já fazem isso há uma cota. De que se gravar, se mixar, se produzir, ir lá e fazer. Eu acho que a mulherada agora está começando a entender que pode fazer isso também. Eu tento trazer isso para mim também. Tem muita coisa que eu gravei sozinha. Eu tento me engajar um pouquinho nesses lances de áudio e de produção, às vezes arrisco de mexer nuns softwares. É superpossivel, tem várias mulheres que já entenderam isso e estão fazendo seu próprio corre, né? Até porque é muito difícil… É como eu falo, a questão da técnica precisa crescer mais. Está chegando nas mulheres, mas precisa abrir mais. Porque, por mais que a gente queira fazer uma coisa entre mulheres, faltam profissionais operando. Isso é muito difícil. Mas está crescendo, as mulheres estão se interessando mais, estão tendo recursos para correr atrás disso e de aprender, e entrar nesses lugares que não são só o palco, como eu falei. Tem muita coisa para fazer na música de técnica e de áudio que precisa de profissionais mulheres para a gente conseguir ter um ciclo de trabalho. É muito difícil às vezes trabalhar com homem. Falta aquela compreensão dentro dos estúdios, na hora de fazer o clipe. Então às gente tem que trabalhar com homem porque são os profissionais que estão disponíveis (risos). É muito difícil, eu mesma já travei em estúdio várias vezes, porque não conseguia me sentir à vontade.

É difícil trabalhar com homem por que, por machismo?

Total. De às vezes você não se sentir à vontade mesmo. E o machismo ele acontece de uma forma muito nas entrelinhas, que às vezes nem os caras percebem que estão fazendo. Às vezes o jeito de te olhar é diferente, o jeito de te conduzir. O jeito que achar que eles precisam dar opinião que eles não dariam em outra situação. Por exemplo: eu gosto de ter liberdade total dentro do estúdio, eu gosto de ouvir as minhas próprias ideias. E às vezes acontece de um cara ficar te direcionando para você fazer uma coisa do jeito dele e você não quer, você quer fazer do seu jeito. São coisas que acontecem e as pessoas não percebem mas estão fazendo, estão praticando o machismo da forma mais nas entrelinhas possível. É difícil para caramba. Alguns caras já entenderam algumas coisas, de dar essa liberdade, de desconstruir algumas ideias ali, de ouvir mais, ouvir da forma como eles ouvem os outros caras. Mas a grande maioria ainda não entendeu. Como na vida, no geral (risos).

Você canta de nova. Imaginava que um dia iria viver da música?

Eu não sei se exatamente… Mas todas as outras coisas que eu tentei fazer, não consegui me imaginar de uma forma tão sólida como eu me via fazendo musica. Era uma coisa que, por mais que eu não falasse, eu sentia. Eu tive vontade de fazer algumas coisas quando eu era adolescente, mas nunca consegui ter vontade suficiente de dar continuidade. E a única coisa que eu sabia que eu não ia ter vontade de desistir era de fazer música. Hoje eu vejo que até poderia ter feito outras coisas para tentar abrir o meu leque, porque eu vejo que não tenho outra opção, tem que ser a musica, foi a coisa a que eu me dediquei todos esses anos. Não sei se é muito bom dentro do cenário brasileiro. Eu, como periférica, às vezes é difícil você depender da música. Tem mês que é ótimo e tem mês que é horrível. Hoje, com a cabeça mais madura, eu gostaria de ter outras opções. Mas também não sei se teria dado certo, eu dediquei muito tempo construindo aprendizados em relação à musica. Hoje é o que eu tenho que fazer, quero fazer e estou fazendo. E é o que eu quero aperfeiçoar, cada vez mais, para que eu possa abrir meu leque cada vez mais, porque gracas a Deus a música é uma coisa infinita.

Vai lá:
Mano Brown, Marechal e Alt Niss
Quando: Sexta-feira, 7 de dezembro, às 22h (abertura dos portões)
Onde: Circo Voador. Rua dos Arcos, s/nº, Lapa. Telefone: (21) 2533-0354
Quanto: R$ 40 (meia-entrada com 1kg de alimento, 1º lote) a R$ 100 (inteira, 2º lote)

Sobre a autora

Kamille Viola é jornalista, com passagens e colaborações por veículos como O Dia, O Globo, O Estado de S. Paulo, Billboard Brasil, Bizz e Canal Futura, entre outros. Nascida e criada no Rio, graças ao jornalismo já andou pelos mais diversos cantos da cidade.

Sobre o blog

Do pé-sujo mais tradicional ao mais novo (e interessante) restaurante moderninho, do melhor show da semana à festa mais comentada, este blog busca fazer jus à principal paixão do carioca: a rua.

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